Entrevistas

10/06/2013
Rafael Casé - O Velho e a Bola


Foto: Divulgação


Talento é a palavra que rege as linhas de “O Velho e a Bola”, livro de crônicas de Jacinto de Thormes, pseudônimo usado por Maneco Muller nas páginas do jornal A Última Hora, em 1963. Organizado pelo jornalista alvinegro Rafael Casé, o livro publicado pela editora Maquinária chega às lojas, pouco antes de uma cerimônia de homenagem a cronistas botafoguenses, prevista para acontecer no início de julho.

Acrescentado de notas explicativas, Rafael Casé seleciona 40 crônicas de Maneco Muller sobre o futebol da Enciclopédia Nilton Santos, ídolo do Botafogo e de um país, admirado pela sua técnica e estilo, que mesmo aos 37 anos, foi importante para mais uma conquista mundial da seleção brasileira.

Um tesouro não mais esquecido no passado, um bálsamo para amantes da crônica esportiva e para as gerações que não viveram a era de ouro do futebol nacional, de quando “a bola ainda era marrom, as traves não eram arredondadas e quando o futebol ainda era jogado por amor”. A seguir, Rafael Casé nos conta mais sobre o projeto.

Site Nilton Santos: Como surgiu a ideia de organizar o livro?

Rafael Casé: A ideia surgiu ao acaso. Estava fazendo uma pesquisa no acervo do jornal Ultima Hora e me deparei com uma das crônicas escritas por Maneco. Depois não parei mais de lê-las, até ter a certeza de que aquele material não poderia mais ficar escondido. Liguei para a editora Maquinária, com que já trabalhei antes. Eles gostaram da ideia e toparam o projeto na hora. Quando a família deu o sinal verde, tive a certeza de que aqueles textos preciosos voltariam a ser lidos por aqueles que amam a bola e as palavras.

Site Nilton Santos: O que mais te atraiu nos textos de "O Velho e a Bola"?

Rafael Casé: Os textos nos levam a outra época, quando a bola ainda era marrom, as traves não eram arredondadas e quando o futebol ainda era jogado por amor. Um tempo em que a camisa tinha importância. Ler as crônicas de Maneco Muller nos dá o prazer de conhecer como era o futebol brasileiro em sua fase de ouro.

Site Nilton Santos: Qual história ou crônica te surpreendeu mais ou é a sua favorita?

Rafael Casé: É difícil escolher uma crônica em particular, mas a que mais me tocou e que, por coincidência, foi a primeira que li, fala de um gol marcado por Nilton em uma partida antes da Copa de 62. Aos 37 anos, sua convocação era contestada por alguns. O gol e a ovação recebida no Maracanã lhe garantiram o carimbo no passaporte para o bicampeonato mundial.

Site Nilton Santos: De que forma o trabalho de Maneco Muller contribui para a preservação da memória de Nilton Santos, especialmente, para as gerações que não viram a Enciclopédia jogar.

Rafael Casé: Por mais que já haja uma biografia de Nilton Santos, quanto mais informações sobre o craque, melhor. A vantagem deste livro é podermos ver o craque através dos olhos de um jornalista que, mais do que seu amigo, também era um grande fã de seu futebol. Quando falamos de grandes ídolos do passado, a tendência é que as novas gerações vejam os comentários como saudosistas. Ler, conhecer mais de perto a história de Nilton Santos e comprovar as razões de tanta idolatria e descobrir o porquê dele ser considerado o maior lateral de todos os tempos.

Site Nilton Santos: Para você, quem é Nilton Santos?

Rafael Casé: Nilton, mais do que um craque, é um patrimônio. E não apenas do Botafogo, mas sim do futebol mundial. Foram quatro copas e dois títulos mundiais. E mesmo assim, sempre se mostrou um exemplo de integridade e humidade. Isso, com certeza, não é pouco.

Rafael Casé: Nilton, mais do que um craque, é um patrimônio. E não apenas do Botafogo, mas sim do futebol mundial. Foram quatro copas e dois títulos mundiais. E mesmo assim, sempre se mostrou um exemplo de integridade e humidade. Isso, com certeza, não é pouco.



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